O título deste post é subjetivo. Igual a subjetividade cultural do grupo dos nordestinos (vide TCC - Jornalismo - PUCC - 2008). O fato é que eu quero falar dos meus amigos, e da saudade que eu sinto deles.
Desde criancinha eu tenho a grotesca mania de achar que amigos não se perde, se acumula. Já promovi encontros inesperados entre eles. Alguns com sucesso, outros nem tanto. Já visitei um amigo antigo no mesmo dia que fiz um novo. É amigo né, só se acumula.
Um amigo de infância que eu tenho é o Lú. Só isso, Lú. Acho que somos amigos desde os 7 anos. Antes disso éramos inimigos, de se engalfinhar na rua e tudo. Eu sempre perdia. O Lú era gordinho, mais forte. Daí que a gente começou a estudar juntos, e viramos amigos. Gostávamos de Jurassic Park, cachorrinhos, vôlei no verde (aka quintal do Lú) e guerrinha de água na rua. Estudamos juntos na 3ª série. Não prestou. Fizemos o trabalho da maquete juntos, o que rendeu várias brigas. Não entre a gente, mas entre o grupo.
O tempo passou. Eu fui pro Bradesco, o Lú pro Matozinho. Eu comecei a gostar de carros e o Lú de skate. Eu mudei do Bandeira e o Lú casou. É, casou. Nem eu sabia. Topei com ele no shopping. "Sua voz tá diferente", disse ele. Tipo, fazia uns 3 anos que a gente não conversava. Cresci, né? hehe... saudades do Lú.
Aí tem o Noka. Eu fiquei amigo do Noka no fim do 1º ano do Ensino Médio. Acho que foi porque o professor me mudou de lugar, pra perto dele. O Noka era assim: se vc conversa, ele conversa. Se não, ele fica quieto. Nem respirava. Daí que a gente começou a fazer trabalhos juntos. O Noka era religioso. Se a prova era em dupla e a gente não sabia a questão, era "vai no D, de Deus". Grande Noka. Antes de entregar a prova, o sinal da cruz. Na prova. Quase sempre surtia efeito. Curso de eletrônica, Noka na bancada da frente. Com a Tammy. Eu, Bigatto e Vinícius atrás, só botando pilha. Sem sucesso. Nos formamos. O Noka foi pra informática, eu pro jornalismo. O Noka começou a namorar, e eu catando papel em ventania. O Noka comprou um carro, e eu andando de ônibus lotadasso. O Noka me chamou no MSN esses dias. "Tô de férias. Trabalhando demais, quase fiquei louco". É Noka, louco eu já fiquei. Mas dá nada, ainda sou teu amigo. Daqui a pouco ele casa. Ai dele se não me convidar...
Então tem o Horse. Henrique, pra falar a verdade. Horse é por causa do sobrenome, que nem é Horse. Ele contou, eu ri, axei engraçado e apelidei. Só eu chamo ele de Horse.
Um dia tava na IBM, conversando sobre o casamento da Eliane. "Quem foi o DJ?". Olhei pro menino de óculos e cabelo bagunçado. Se estivesse nos meus dias normais já teria dado um coice. Mas tava anestesiado ainda. "Não sei, mas o cara era bom". Então que o Horse ficou meu amigo. Entrou pro grupo do almoço "Fortaleza". Quando lembrava de tirar o Aux 5 (credo, ainda lembro) ia com a gente. Também esquecia de ir embora. Ê, Horse! É de uma cidade tão pequena que mereceu apelido de novela. Quem manda ficar meu amigo em estréia de novela. O Horse ia com a gente pro cinema. Pro bar. Pro Hopi Hari. Pro shopping. O Horse começou a namorar a Clarissa, que sentava do meu lado. Surpreso, eu? Sei lá. Não imaginava, mas até que combinam. Ele é raivoso, ela calminha. Ele é sarcástico, ela risonha. Ele é de longe, ela então...
Por último, o Diego. Nome comum né? Mas o dele é mais chic. Diego Cristian. Ele quer ser mais chic ainda e escrever com Y. Ah vá né Diego! O Diego era o bixo da faculdade. Volta e meia topava com o menino de olhos azuis. "Mais um modelo que quis virar jornalista. Posso?", pensava eu. Daí que o André ficou amigo dele e me apresentou. Tudo o que eu falava ele concordava. Ganhou pontos comigo. O Dee contava histórias engraçadas. Não vou falar pra não expô-lo. Mas que eram engraçadas, eram. Então ele trancou a faculdade, e eu me formei. Quando ele voltou, eu já não tava mais lá. E já saiu de novo. Parece que alguma coisa tem né. Mandei um scrap pra ele no Orkut. Intimidei. Perdi a paciência. Se mando scrap amigável ele nem responde. Garoto abusado. Ele respondeu. Deu certo. "Da semana que vem não passa". Não mesmo. Se não pego meu carro e baixo na casa dele. Com direito a megafone e buzinasso. Tô que não me aguento.
Cada um desses meus amigos representa uma parcela de amigos. Infância, faculdade, escola, trabalho. Quando lembro deles, lembro de todos. Falar o nome de todos aqui vai ser covardia com meu teclado e com o horário (2 da manhã, e eu sem sono). Mas que dá saudade dá.
E eu com minha grotesca mania de querer acumular amigos.
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