domingo, 13 de dezembro de 2009

Enfim....

Já faz mais de uma semana que eu voltei, mas só agora me senti inspirado para escrever. Perdoem alguns erros que por ventura eu possa cometer, mas ainda estou me readaptando. Enfim, voltei. E eu que pensei que conseguiria relatar toda a viagem neste blog... puro engano. Mas me perdoem novamente, não tive tempo (nem computador disponível) para ficar atualizando.
Viajar para a Nova Zelândia foi fantásico. Inacreditável. Impressionante. Inesquecível. Não só a viagem em si, mas toda a experiência de viver, mesmo que por somente 3 meses, em outro país totalmente diferente do seu me fez mudar completamente. Revi conceitos, reaprendi antigos, e aprendi novos. Conceitos. Isso ainda porquê eu só fiquei lá por 3 meses.
Viver na Nova Zelândia me fez crescer. Talvez até de um jeito que eu não esperava. Hoje posso dizer com toda segurança que sou outra pessoa. O contato com outra cultura me fez amadurecer, entender outros pontos de vista. Aprender.
Aprendi a falar inglês, a perder o sotaque americano e a brincar com o sotaque autraliano. Mas também aprendi que um simples sorriso consegue te levar a muitos lugares, e te abre muitas portas.
Aprendi que o brasileiro está muito seguro dentro do Brasil. E só. Fora dele, para as autoridades, somos somente extrangeiros. Daqueles que vêm e vão a qualquer segundo. Pela primeira vez eu fui a excessão.
Aprendi que sou mais sociável do que imaginava. E que o fato de ser brasileiro me aproximou de nações que antes eu nem fazia idéia que existiam. Hoje posso dizer que tenho amigos no mundo todo.
Aprendi a fazer amigos, e principalmente, valorizá-los. Japoneses, coreanos, colombianos, chilenos, taiwaneses, chineses, alemães, russos... são tantos que eu fico felizmente confuso em lembrar. E a cada porta que eu abria, uma nova nação se revelava. E nem as diferenças culturais e sociais nos dividiram. Japonesas me perguntavam do Carnaval. Coreanos me perguntavam sobre o futebol. E eu também perguntava sobre o que podia.
Aprendi que os intercambistas, ignorando as nacionalidades, possuem as mesmas dificuldades, ambições e sonhos. Mas que somente os brasileiros podiam me entender. "Sobrevivi" a esses três meses somente por causa deles. Assim que cheguei em Auckland fui calorosamente recepcionado por um grupo um tanto quanto peculiar, a quem sou eternamente grato por tudo o que fizeram por mim.
Aprendi que além de amigos, conquistei irmãos. Quando se está longe de casa, sua família acaba sendo àqueles que mais te apoiam. E comigo não foi diferente. Graças à três amigos (e irmãos) que conheci na Nova Zelândia, pude aproveitar tudo o que o intercâmbio me proporcionou. Snowboard, museus, aquários, praias e risadas. Ah, principalmente as risadas. Quando a saudade de casa apertava, somente elas me confortavam. Anderson, Hélio e Júlio, obrigado por tudo!
Apredi que estou mais próximo da minha família do que imagino. Muitas vezes conversei com meu pai, mesmo sem ouvir suas respostas. Andava pelas ruas brigando com minhas irmãs, mesmo que elas não soubessem disso. Ria dos meus avós, mesmo eles não fazendo nada para mim. O tal vínculo, que a imigração fez questão de saber? Taí, minha família!
Aprendi que me distanciar de casa me fez valorizá-la. Uma greve de ônibus aqui pode não ser assim uma coisa tão chata. Um shopping lotado sim. Uma avenida super movimentada pode ser interessante, se todos andam na mesma velocidade que você. No fim, estava mais em casa do que imaginava.
Aprendi que sou querido por aqui. Recebi e-mails de gente totalmente avessa a computadores. Imaginem o esforço que foi? E quando eu tentava ligar. Os créditos no cartão nunca eram suficientes. Tanta coisa pra contar, pra comparar, pra rir...
Aprendi que estou mais ligado à minha mãe do que imaginava. Era ela quem me acompanhava nas caminhadas à noite de volta pra casa. Quem me confortava quando me sentia sozinho. Quem sussurava nos meus ouvidos "tudo vai ficar bem, não se preocupe".
Fazer intercâmbio para a Nova Zelândia me fez aprender mais do que eu imaginava. O idioma, inglês, foi só um detalhe. Aprendi que as diferenças culturais nos dividem, mas é extremamente inferior ao sonho que compartilhamos. Este sim, nos une, e muito.
Esta viagem me fez ver que posso ir e vir. E que não sou tão limitado quanto pensava.
Meu próximo plano? Não sei. Mas agora que tenho asas, o que mais quero fazer é voar!