domingo, 30 de agosto de 2009

Ākarana, anei I tāwhio!

Mapa e bandeira da Nova Zelândia

Então que eu resolvi viajar. Não para o Rio de Janeiro ou Florianópolis, como já fiz antes e pretendo fazer de novo. Agora a coisa é séria, tô indo pra longe mesmo. E nem é por 3 dias ou 1 semana. Já falei que a coisa é séria. Tão séria que só volto daqui 3 meses.

O lugar pra onde estou indo é uma cidade chamada Auckland. Isso mesmo, lá na Nova Zelândia, do outro lado do mundo. E antes que alguém pergunte, a diferença do fuso-horário é de 15 horas a mais. Ou seja, quando aqui é meia-noite, lá já é 3 da tarde.

O porquê quis ir pra lá? Porque já estava na hora. Já estava na hora de eu dar a cara a tapa e tentar sair de casa. De arriscar me virar sozinho. De provar pra mim mesmo e pra muita gente aê que eu sei sim me virar sozinho (ou não!).

Como eu fiz pra ir pra lá? Fui até uma agência de intercâmbio. Já havia feito isso inúmeras vezes, mas parava no "será que dá?". Pois é, deu! Fui até a agência, conheci a Léa, conversei, negociei, perguntei (e muito) até assinar o contrato e começar a sonhar. E olha que isso demorou hein.

Assinei o contrato no final de junho e só agora que tô indo. Dia 3 de setembro deixo o Brasil pra chegar na Nova Zelândia dia 5 (isso mesmo, o fuso-horário "come" um dia do meu calendário). Neste meio tempo eu aproveitei pra correr atrás de tudo o que faltava. E olha que era tanta coisa que aproveitei muito bem esses 2 meses. Tirei o passaporte (sofrido!), novos documentos, novas transações bancárias e novas roupas. Passei a me preocupar com a alta e baixa do dólar. Renovei o guarda-roupa e até ganhei uma mochila muito estilosa da minha irmã, a Ju, e um guia turístico (em inglês, pra ir treinando) do Rafa.

E nesse tempo ainda fiz novos amigos que com certeza vou recorrer muito lá na terra dos "Kiwis". Primeiramente teve o Anderson, que o destino (e as meninas da STB) fizeram questão de colocar no mesmo itinerário. Mesma escola, mesma data de viagem e mesma ansiedade. Então veio o Eduardo, que através do Orkut se mostrou um rapaz com espírito aventureiro e corajoso. Ele já está lá, e já até combinamos descermos a montanha no "snowboard".

E ainda deu tempo de viajar para uma cidade tão peculiar que eu fiquei espantado. Cesário Lange. Lá vivi por alguns dias as mordomias oferecidas pelo Resort Sabrina e vi a Jaque ganhar um prêmio do Bradesco pela sua competência e profissionalismo. Quando você é bom no que faz, os reconhecimentos vem naturalmente, não?

Mas agora é pra valer. Tô indo mesmo, já com as malas semi-prontas e o coração que não cabe dentro do peito. Este último final de semana foi de despedidas. Edgar (que veio lá de Araraquara), Thiago, Tábata, Cajú, Emerson e Júlio, vocês realmente mostraram que são os melhores! Quem não pôde comparecer me mandou uma justificativa. Aceita, claro, afinal todos têm seus compromissos. Até 5ª feira eu ainda vejo quem está faltando.

Ah, acredito que vou escrever muito neste blog de lá de Auckland. Vou tentar fazer disso um diário de viagem.

Auckland, a cidade que será minha casa pelos próximos 3 meses

E o título deste post? "Auckland, aí vou eu" em maori, um idioma nativo da Nova Zelândia. Não sei se está certo porquê não achei um tradutor de frases, então foi na base do dicionário on-line. Mas o que vale é a intenção. Fecho este post com um texto do Amyr Klink, que resume bem o que eu procuro com esta viagem:

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".

("Mar sem fim"- Amyr Klink)