sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Aos meus amigos...

A todos os meus amigos, principalmente àqueles que estão indo embora, ou que até já foram...

Canção da América

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Milton Nascimento
Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Extravasa!

Quando eu entrei na faculdade, recebi um grande conselho de um amigo: NÃO VÁ NO DIA DO TROTE! Pois bem, eu arrisquei e fui. Não conheci meus veteranos nem colegas de sala, mas fui protegido por veteranas que nunca mais vi. Fiquei careca, andei de elevantinho, jogaram areia em mim... não digo que isso foi divertido, mas pelo menos fiquei junto de alguns amigos (antes da muvuca nos separar).

Ontem foi o trote na faculdade. Antes que alguém condene: Não pratiquei nenhum ato violento, ou humilhante para qualquer bixo. O que eu digo é o seguinte: o trote é algo em que você sai sujo, com as roupas rasgadas, e algumas vezes, bêbado. Eu não bebi, mas tinha amigos que estavam trançando as pernas, com a cara vermelhinha, falando cada coisa...

Se o bixo vai para a faculdade no primeiro dia, é porquê está afim de passar por tudo isso. É pintado, anda de elefantinho, é pintado mais um pouco e no final bebe com os veteranos. Eu encaro o trote como uma certa "iniciação" na faculdade, é o momento de deixar o Ensino Médio para trás, e encarar que a partir de agora, tudo só depende de você.

Pois bem, falando ainda de ontem, conheci o novo motorista da van, super gente boa, peguei um congestionamento de kilômetros na Anhanguera, e enfim, cheguei na faculdade. Lá encontrei o André, o Thiago e o Rafa. Saudades deles! Faltou o Vitão. Abracei a Camila (que está de volta!), a Leila, a Luana, a Carol, a Suellen... nossa, saudades demais desse povo. Logo após, eu, o Rafa e o André descemos pra zuar os bixos. Dei muita risada, joguei farinha, tinta, literalmente, deixei minha marca nos bixos.


Subindo para o bar, encontrei o Diego e o Heron, que estavam elétricos. Com aquela tinta laranja, o Diego aprontou cada coisa! O Heron sumia, e voltava dizendo "cadê os bixos?!?!" Fomos subindo, e no trajeto até o bar, conhecemos mais bixos, troquei idéia com outros veteranos de outros cursos (o trote une a PUC), encontrei velhos amigos, como o Renato Matsumoto e o Pedro, e enfim, paramos na rua. Não estava tão cheio quanto no ano passado, mas estava legal. Um amigo do André, que até então eu só conhecia pelo MSN apareceu, o Gustavo, e vi que o cara é gente boa. Tinha um outro amigo dele (não sei o nome) que também era gente boa, mas bem quieto.

A partir daí, conversei muito com o Diego e o André, zuei o Heron, tiramos fotos...
Em um momento dei por falta do Rafa, e fui procurá-lo, e após encontrá-lo, começamos a conversar, e quando vi, estava conversando também com o bixo que pintei. Gente boa, tranquilão.

Esse trote não é um começo somente para os bixos. Para mim também será o começo de algumas mudanças. O Diego trancou a faculdade, e volta (talvez) no meio do ano. O André, por conta de sua ausência no ano passado, não cursará o 4º ano, e corre grandes riscos de sequer fazer o TCC com a gente. Sim, mudanças estão chegando....

E por fim, a música que ficou na cabeça e não quer mais sair:


Extravasa
Libera e joga tudo pro ar
Eu quero ser feliz antes de mais nada
Extravasa
Libera e joga tudo pro ar, ar, ar, ar, ar, ar, ar (bis)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

E começa o 4º round!

Pois é, as longas e deliciosas férias de final e começo de ano acabaram. Agora é arregaçar as mangas e partir pra 4ª parte da empreitada que se iniciou em 2005. Como já disse, o tempo passou voando, e com certeza esse ano vai ser um piscar de olhos.

Ao que tudo indica, esse é o ano das mudanças. Como dizem as Dreamgirls, "esse é o ano da decisão". Muitas decisões precisarão ser tomadas esse ano, e não sei se isso me instiga ou se me assusta.

Enfim, tem o TCC, a formatura, a preocupação em fazer (ou não, por enquanto) uma pós-graduação, a vontade de procurar desafios para fora dos limites de Campinas... pois é, é muita coisa mesmo!

Mas as 10 metas que eu tracei junto ao Vitor, eu já estou correndo atrás. No ano passado, só faltou cumprir uma!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

São Paulo é logo alí!

Já faz um tempo que São Paulo fez aniversário, mas o texto que eu recebi por e-mail é tão bom que eu não posso deixar passar batido. Foi escrito por Washington Olivetto, um grande publicitário, e expressa bem o que se pode esperar da maior cidade do país. Vejam vocês.

Alguns dos meus queridos amigos cariocas têm mania de achar São Paulo parecida com Nova York.
Discordo deles. Só acha São Paulo parecida com Nova York quem não conhece bem a cidade. Ou melhor, quem a conhece superficialmente e imagina que São
Paulo seja apenas uma imensa Rua Oscar Freire. Na verdade, o grande fascínio de São Paulo é parecer-se com muitas cidades ao mesmo tempo e, por isso mesmo, não se parecer com nenhuma.
São Paulo, entre muitas outras parecenças, se parece com Paris no Largo do Arouche, Salvador na Estação do Brás, Tóquio na Liberdade, Roma ao lado do
Teatro Municipal, Munique em Santo Amaro, Lisboa no Pari, com o Soho londrino na Vila Madalena e com a pernambucana Olinda na Freguesia do Ó.
São Paulo é um somatório de qualidades e defeitos, alegrias e tristezas,festejos e tragédias. Tem hotéis de luxo, como o Fasano, o Emiliano e o
L'Hotel, mas também tem gente dormindo embaixo das pontes. Tem o deslumbrante pôr-do-sol do Alto de Pinheiros e a exuberante vegetação da
Cantareira, mas também tem o ar mais poluído do país. Promove shows dos Rolling Stones e do U2, mas também promove acidentes como o da cratera do
metrô e o do avião da TAM em Congonhas.
São Paulo é sempre surpreendente. Um grupo de meia dúzia de paulistanos significa um italiano, um japonês, um baiano, um chinês, um curitibano e um
alemão.
São Paulo é realmente curiosa. Por exemplo: tem diversos grandes times de futebol, sendo que um deles leva o nome da própria cidade e recebeu o
apelido "o mais querido". Mas, na verdade, o maior e o mais querido é o Corinthians, que tem nome inglês, fica perto da Portuguesa e foi fundado por
italianos, igualzinho ao seu inimigo de estimação, o Palmeiras.
São Paulo nasceu dos santos padres jesuítas, em 1554, mas chegou a 2007 tendo como celebridade o permissivo Oscar Maroni, do afamado Bahamas.
São Paulo já foi chamada de "o túmulo do samba" por Vinicius de Moraes,coisa que Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Germano Mathias provaram não
ser verdade, e, apesar da deselegância discreta de suas meninas, corretamente constatada por Caetano Veloso, produziu chiques, como Dener
Pamplona de Abreu e Gloria Kalil.
São Paulo faz pizzas melhores que as de Nápoles, sushis melhores que os de Tóquio, lagareiras melhores que as de Lisboa e pastéis de feira melhores que
os de Paris, até porque em Paris não existem pastéis, muito menos os de feira.
Em alguns momentos, São Paulo se acha o máximo, em outros um horror. Nenhum lugar do planeta é tão maniqueísta.
São Paulo teve o bom senso de imitar os botequins cariocas, e agora são os cariocas que andam imitando as suas imitações paulistanas.
São Paulo teve o mau senso de ser a primeira cidade brasileira a importar a CowParade, uma colonizada e pavorosa manifestação de subarte urbana, e agora
o Rio faz o mesmo.
São Paulo se poluiu visualmente com a CowParade, mas se despoluiu com o Projeto Cidade Limpa. Agora tem de começar urgentemente a despoluir o Tietê
para valer, coisa que os ingleses já provaram ser perfeitamente possível com o Tâmisa.
Mesmo despoluindo o Tietê, mantendo a cidade limpa, purificando o ar, organizando o mobiliário urbano, regulamentando os projetos arquitetônicos,
diminuindo as invasões sonoras e melhorando o tráfego, São Paulo jamais será uma cidade belíssima. Porque a beleza de São Paulo não é fruto da mamãe
natureza, é fruto do trabalho do homem. Reside, principalmente, nas inúmeras oportunidades que a cidade oferece, no clima de excitação permanente, na
mescla de raças e classes sociais São Paulo é a cidade em que a democratização da beleza, fenômeno gerado pela
miscigenação, melhor se manifesta.
São Paulo é uma cidade em que o corpo e as mãos do homem trabalharam direitinho, coisa que se reconhece observando as meninas que circulam pelas
ruas. E se confirma analisando obras como o Pátio do Colégio (local de fundação da cidade), a Estação da Luz (onde hoje fica o Museu da Língua
Por-tuguesa), o Mosteiro de São Bento, a Oca, no Parque do Ibirapuera, o Terraço Itália, a Avenida Paulista, o Sesc Pompéia, o palacete Vila
Penteado, o Masp, o Memorial da América Latina, a Santa Casa de Misericórdia, a Pinacoteca e mais uma infinidade de lugares desta cidade
que não pode parar, até porque tem mais carros do que estacionamentos.
São Paulo não é geograficamente linda, não tem mares azuis, areias brancas nem montanhas recortadas. Nossa surfista mais famosa é a Bruna, e nossos
alpinistas, na maioria, são sociais. Mas, mesmo se levarmos o julgamento para o quesito das belezas naturais, São Paulo se dá mundialmente muito bem
por uma razão tecnicamente comprovada. Entre as maiores cidades do mundo, como Tóquio, Nova York e Cidade do México, em matéria de proximidade da
beleza, São Paulo é, disparado, a melhor. Porque é a única que fica a apenas 45 minutos de vôo do Rio de Janeiro.
* Washington Olivetto é paulista, paulistano e publicitário